O painel constitui uma homenagem aos Homens do Mar que a Escola Náutica forma desde 1924. Exprime-se através de uma linguagem artística e simbólica, nas três figuras que se agigantam ao Mar – o fundo do painel – conduzindo-se ao seu destino pela técnica e os seus instrumentos, pela conjugação de esforços e vontades.
À esquerda, o Homem do Leme conduzindo o navio na sua rota; à direita, unidas, as figuras orientadas com instrumentos de navegação: o sextante e as cartas. E porque os meios se agigantam com os Homens, a artista aumentou-lhes a dimensão, confundindo os instrumentos com os próprios Homens. Assim, o Leme integra-se no Timoneiro, o Sextante e as cartas confundem-se com os Navegadores, tomando as suas dimensões, ganhando as suas características.
Igual à figura que a detém, a carta surge apenas evidenciando algumas das suas coordenadas principais; e o Leme e o Sextante tomam a cor vermelha dos Homens que querem ultrapassar-se perante os elementos adversos que defrontam, brilhando, aqui e ali, irmanando-se no esforço, ultrapassando a desintegração perante o Dever. Assim, também as figuras representadas, (…) se mostram firmes sobre um mar baço, castanho multicolor do dia a dia da tempestade e do trabalho duro.
Traduzindo este "Mar", a base "movimenta-se" ao longo do dia na projeção das sombras, dinamizando o conjunto, dando-lhe aspetos diferentes conforme a hora e o estado do dia em que é olhado; alegre e brilhante como o Sol, umas vezes, sombrio e triste outros dias, como a vida no Mar.
Esta é a ideia geral expressa, o seu tratamento é um fruto do tipo de linguagem da artista, dos materiais usados e a sua técnica, das condições do local e da finalidade decorativa da obra.
(…)
O painel está situado no Átrio principal da Escola Superior Náutica Infante D. Henrique e tem uma dimensão de 7 x 3 metros.
Aos Alunos, ao Corpo Docente, à Direção e a todos os que trabalham e irão passando na Escola Náutica Infante D. Henrique da Maria Manuela Madureira, 1972