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ENIDH
UM NAVEGADOR DOS TEMPOS MODERNOS NA ENIDH

Ao longo do tempo a Direção da Escola Náutica Infante D. Henrique (ENIDH), vulgo Escola Náutica de Paço de Arcos, tem procurado dar aos seus alunos uma formação abrangente e exigente, que os capacite tecnicamente para o exercício da sua profissão, quer seja na área da Pilotagem quer seja na área das Engenharias.


Mas simultaneamente tem também procurado informar e dar uma visão alargada das oportunidades profissionais que se abrem aos seus alunos num mercado de trabalho cada vez mais internacionalizado. 

Nesse sentido, a Náutica de Recreio tem vindo a afirmar-se cada vez mais como uma área de escolha alternativa e com inegáveis virtualidades, em que a presença do Boatyard da Volvo Ocean Race na Doca de Pedrouços tem vindo a constituir um importante trunfo pelos contactos diretos que tem permitido com uma realidade completamente distinta daquela que lhes é mais familiar – no caso a Marinha Mercante.

Como é sabido, foi no Boatyard sedeado em Pedrouços que teve lugar o refit de todas as embarcações que participaram na Vota ao Mundo 2017 – 2018, trabalho que teve lugar ao longo de quase de 18 meses. Trabalho árduo e tecnicamente muito exigente, não fossem os Volvo 65 o estado da arte e, por isso, tecnologicamente muito evoluídos, ao qual deram o seu contributo um número muito significativo de empresas nacionais.

Mas foi também entre nós que as diferentes equipas que participara na Volta ao Mundo se prepararam e treinaram, o que fez de Lisboa e do Estuário do Tejo a base de operações da elite da Vela Mundial e das suas famílias. 

Foi neste quadro que em Maio de 2016 teve lugar um importante evento na Tenda do Boatyard da Volvo Ocean Race, o qual permitiu pela primeira vez aos alunos da ENIDH um contacto direto com a Alta-roda da Vela Mundial, a qual foi plena de consequências.
Com efeito, foi nesse evento que um antigo aluno desta Escola, no caso o António Fontes, licenciado em Pilotagem, e já com uma larga experiência na navegação oceânica à Vela, contando com a Mini-Transat no seu curriculum, conheceu um dos principais responsáveis da Volvo Ocean Race, no caso o Nick Bice, e deu-lhe a conhecer a sua vontade de fazer a Volvo Ocean Race.

Palavra puxa palavra poucos dias depois este responsável da organização da Volta ao Mundo convidou o António Fontes para trabalhar no Boatyard, onde este adquiriu um conjunto de competências técnicas que lhe permitiram no final ser convidado para integrar a equipa do Scallywag. 

Durante mais de um ano era ver o António Fontes a fazer todo o tipo de trabalhos, desde limpar o casco das embarcações envergando um equipamento de mergulho, até aos trabalhos tecnicamente muito delicados e exigentes no convés das diferentes embarcações. Como ele diz com muita graça, começou mesmo por baixo… 

O que foi manifestamente o caso numa demonstração de enorme humildade e de extrema tenacidade, garra e consistência de comportamento. A mesma fibra que o António Fontes já havia anteriormente exibido durante a sua presença na Mini-Transat que lhe levou 12 anos a preparar e a concretizar. Um comportamento e uma atitude que infelizmente são muito pouco comuns entre nós. Porque não é só preciso talento, é também preciso trabalho. Muito trabalho.

E foi toda esta experiência desportiva e de vida que o António Fontes levou no passado dia 5 de Dezembro aos atuais alunos aquela que foi e é a sua escola, a ENIDH, convidado pelo seu Diretor, o Professor Doutor Luís Baptista.

Durante mais 2 horas este Navegador dos Tempos Modernos falou do que foi a sua experiência de participação na Volvo Ocean Race 2017 – 2018, tendo começado por projetar um filme especialmente produzido pela Fundação Mirpuri para a Homenagem aos 3 Velejadores Portugueses que participaram na Volta ao Mundo à Vela, a qual teve recentemente lugar no Museu de Marinha com a presença do SEXA o Presidente da República, organizada pela Confraria Marítima de Portugal.

Seguiu-se um relato detalhado na primeira pessoa do que foi a experiência de fazer uma Volta ao Mundo à Vela, etapa por etapa, os momentos bons e os momentos maus, em que avultou a situação que resultou no desaparecimento e na morte de um membro muito experiente da tripulação do Scallywag, o britânico John Fisher, no Ocean Antártico, perto do ponto Nemo, o ponto mais distante de costa no Planeta Terra. 

Como os velejadores que cruzam estes mares gostam de dizer o Ponto Nemo é o ponto em que estão mais perto dos astronautas da Estação Espacial Internacional do que quaisquer outros seres humanos no Planeta Terra.

Seguiu-se um animado período de perguntas e respostas, em que os alunos da ENIDH colocaram ao António Fontes as mais diversas perguntas, mas o que mais se evidência é o facto de a Náutica de Recreio ser cada vez mais uma alternativa de saída profissional para os diplomados da Escola Náutica Infante D. Henrique.

Uma última palavra para o António Fontes que se afirma cada vez mais como um comunicador de inegáveis recursos, um requisito fundamental para um atleta de topo mundial. Parabéns ao António.

por Eduardo de Almeida Faria (eduardodealmeidafaria@gmail.com)

Publicado na Revista de Marinha

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